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sexta-feira, 17 de julho de 2015

E A PREGUIÇA...

Blergh. Escrevi aqui, há um bom tempo, que a obrigação diária que o meu cachorro me impõe era o que me impedia de descansar plenamente. Lavar o canil, etc.
Pois queria dizer que hoje isso é como escovar os dentes para mim. Normalíssimo.
Assim, corrijo Trollope: uma obrigação diária, se for mesmo diária, com o tempo só poderá nos fortalecer.

SOBRE GRANDES POETAS, E CIRCUNSTÂNCIAS

Fui num evento de Literatura Latina agora, no começo de Julho, e lá alguém, em certo momento, me veio com essa: "os grandes poetas têm temas; não escrevem sobre a própria vida, a não ser esporadicamente", ou algo de teor semelhante. Então fiquei matutando.
Ora, há, de fato, temas que, se têm a ver com a vida de todos os dias, o têm de modo abrangente ou transversal: são os arquétipos. A morte, o tempo, o amor, as vicissitudes da vida, a condição humana... enfim. Creio que normalmente o poeta - aquele que é realmente poeta - escreverá, sim, tendo em mente essas temáticas por assim dizer "maiores".
Mas não dá para ignorar que a vida de todos os dias é, como dito no começo do parágrafo anterior, permeada por elas, pela morte, pelo amor, etc., e se o poeta consegue escrever sobre a sua própria vida e ao mesmo tempo tocar esses temas sensivelmente, ele não está sendo um mau poeta. Ao contrário: ele está sendo o maior poeta que se pode ser - o que sabe alcançar o geral por meio do particular, consagrando este, e vivificando aquele.