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sábado, 14 de março de 2015

PARAFRASEANDO MILTON


CARTA A UMA JOVEM ATRIZ

Se eu deixasse meu trabalho,
Meus estudos, meus projetos,
Tudo, tudo, para trás,
Acreditarias mais em mim?
Pois é assim que me sinto,
Hoje, neste sábado uma vez mais solitário...
Sinto como que uma enorme mão
A me apertar, a me espremer
O corpo inteiro, o corpo inteiro...
E como sei que tu também sentes a vida,
Sim, tu sentes o peso dela,
O desmedido peso dela,
Dela que nem sempre dá,
E muito e amiúde cobra pelo que não deu...
Que tal corrermos, então?
Simplesmente corrermos, de mãos dadas,
Sob a chuva ou sob o severíssimo sol,
Preocupados em nada mais que não desencontrar
O passo, o ritmo um do outro?
Posso ver-te, agora,
Lá fora, sorrindo ao meu lado...
Eu correria até o fim, amor:
Até o fim.