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sábado, 29 de junho de 2013

FUNÇÃO

Certos personagens, sobretudo nos contos breves e nas novelas, não requerem uma personalidade, mas sim apenas traços funcionais. Não é exatamente o velho conceito de "personagem plana", pois esta última pode ter elementos não funcionais, elementos estritamente composicionais, isto é, traços de personalidade independentes do enredo. Os traços funcionais a que me refiro são desenvolvimentos do enredo, estão acoplados nele totalmente. Em suma: a personagem é uma função.
Não saberia apontar exemplos na literatura universal, mas na minha própria esse tipo de personagem tem aparecido constantemente. Será que o inventei?
Claro que não.

domingo, 23 de junho de 2013

QUANDO EXPLICAMOS...

Quase sempre, há mais de uma explicação para a atitude de alguém. O que ocorre é que se esse alguém é amigo, escolhemos, dentre as disponíveis, a melhor explicação, e se ele é inimigo, escolhemos a pior.
A explicação objetivamente adequada só é viável partindo de quem não tem nenhuma relação afetiva com o(a) analisado(a) (lembrando que inimizade é um tipo de relação afetiva...).

sexta-feira, 21 de junho de 2013

A QUE MATOU O GATO...

A curiosidade é um componente do afeto, seja ele direcionado ao que for.
Um marido sem curiosidade por sua esposa, ou vice-versa, é um sinal claríssimo de que a coisa está indo para o brejo.
Um homem sem curiosidade por seu entorno, ao menos por seu entorno, está perto de dizer adeus ao mundo. Pode ser que não saiba, mas está.
É preciso ser curioso, mas de modo saudável. Não são necessárias maiores explicações.
Ame o mundo.

domingo, 16 de junho de 2013

SAUDÁVEL LIMITAÇÃO...

Revisando meu romance. Descobri que preciso cuidar bem dele, porque vai ser filho único. De prosa, daqui por diante, só contos.

domingo, 9 de junho de 2013

STEREO FRANZ

Uma peça, ou, mais geralmente, uma obra de arte, para ser de fato significativa deve: a) tocar num ponto importante da vida humana; b) não se resolver por inteiro num esquema; e c) os elementos que a impedem de se resolver por inteiro devem passar ao espectador/leitor a sensação de que estão ali porque têm de estar, isto é, a obra deve ter organicidade.  
Stereo Franz, peça de teatro de 2012, e que, ao que tudo indica, vai abrir temporada brevemente em São Paulo, cumpre com esses três critérios belissimamente. Acabo de assistir a ela ("ensaio" aberto, para alguns convidados, e eu de penetra), e estou de queixo caído. Só posso dizer: do caralho. 
Assista, quem puder.

domingo, 2 de junho de 2013

POEMAS, DE BERTOLT BRECHT

Acabo de ler a coletânea dos poemas de Brecht, da editora 34.
Estou, simplesmente, maravilhado. Quanto despojamento, e ainda assim eficácia poética!
Brecht queria falar para a gente simples. Seus poemas são limpos, claríssimos. E acompanham a sua história (o que, a meu ver, é grande mérito).
Leia, quem puder. O livro se chama Poemas 1913-1956.