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sábado, 31 de dezembro de 2011

MUDAR O MUNDO

Embarcando nesse momento, o de um rito de passagem, sempre marcado pela reflexão, resolvi tocar um tema de suma importância: creio que o escritor não deve tentar mudar o mundo - isso é por demais ambicioso, irrealista, delirante, tiranizante - mas sim sugerir às pessoas maneiras de conceber e imaginar o humano em suas mais singulares formas de ser. Se elas vão mudar alguma coisa, materialmente falando, ou não, depende de uma infinidade de fatores, sendo a Liberdade (e sua angústia) o grande cabresto. Na verdade, a dinâmica vem sendo essa há séculos, de tal modo que a Arte, tomada geralmente, se descolou da vida... Representa-se a vida de uma maneira, e vive-se de outra, com visões e valores distintos em cada caso. O jogo é complexo, dialético, e reclama do artista lucidez e coragem máximas, além de mais boa-vontade do que qualquer missionário jamais teve.
Quem se habilita?


quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A CONDIÇÃO HUMANA, de ANDRÉ MALRAUX

Excelente livro.
No começo, um tanto opaco, ao menos para mim. Mas depois... iluminador. Comovente.
Trata da insurreição chinesa de 1927 (ou seria 25?). Comunistas esmagados, porém temporariamente, como bem demonstrou a revolução de 49.
Iluminador por me revelar que por meio da dor se pode atingir a construção de uma vida plena em significação, ao se saber por que, e por quem, e contra quem, lutar.
Comovente por mostrar a extraordinária força moral, a abnegação, de pessoas que traçaram para si mesmas esse caminho.
Recomendo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

FELIZ ANO NOVO?


Infelizmente, tenho que dizer que 2011 foi um ano terrível pra mim. O primeiro semestre foi um dos piores de toda a minha vida, e o segundo não foi lá essas coisas...
Mas é justamente aí que encontro meu argumento: será a felicidade um objetivo digno?
Evitar o sofrimento é algo inerente ao humano, e no entanto só ele, o sofrimento, ensina verdadeiramente. Como eu disse, sofri muito em 2011, mas... cresci muito também.
Sendo assim, não sei o que desejar a todos, neste 2012. Talvez eu deva apenas desejar que a vida siga sendo vida, pra quem vive de coração aberto, com tudo o que é parte indissolúvel dela: alegrias, dores, perdas, conquistas, etc.
Não é, certamente, o que os fracos desejam pra si que faz o forte. Mas qual o limite? Quando se deixa de ser forte e perde-se o sopro vital, a fraqueza inextricável, a que nos garante humanos?
Não sei.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FANTASMA DA ÓPERA

Vou escrever a minha versão dessa peça, e será também um musical (obviamente, com composições minhas). É meu tributo a algo de muito profundo que sempre me acompanhou, que caracteriza a minha vida melhor que qualquer outro conceito ou metáfora.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O IDIOTA

Ouvindo Downbound Train, de Bruce Springsteen, e olhando, fixamente, até me vir água aos olhos, até a dor atravessar as costelas, e me congelar de todo, uma foto recém-tirada da internet...

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MISANTROPIA


MISANTROPIA

chega mais perto, doce criança,
e abraça este velho enfermo,
velho... trinta e quatro anos!...
no entanto, como sou velho...

põe a mão no meu ombro caído,
contempla minha calva,
olha-me nos olhos puídos:
neles jaz, inerte, minha alma...

se o Outro morre, além, ou se aquém vive;
se as flores murcham no vaso que não dei;
se o beijo enrijecido que ofertei

àquelas moças que, por graça, ainda tive,
se tudo isso vale a dor que já causei,
abraça-me: em teu lugar, tão calmo... morrerei.





UM RECADO BEM SÉRIO


Olha... desde a primeira vez que eu te vi vc só me faz sofrer...
Você, minha senhora (sim, pq vc já é casada...), aparece no meu trabalho cheia de coisinhas, coisinha pra cá, coisinha pra lá, "eu quero a Odisseia que o Daniel comprou", assim, desse jeito, "que o Daniel comprou", como se nós fôssemos íntimos, sendo que a única intimidade que nós temos é a do ferro que vc sempre me dá... Mais do que isso, vc aparece lá uma segunda vez, e olha diretamente pra mim, e depois fala uma ou duas abobrinhas alto o suficiente pra eu escutar, e... Enfim. Vc sabe.
Eu devo te contar que eu jurei nunca mais tentar nada na sua direção, nem sequer olhar nada na internet a seu respeito, e eu vinha cumprindo com o juramento, até... até hoje. Hoje descobri, dando uma pesquisada rápida, que vc casou com aquele merda. Levei essa cacetada, num momento em que me parecia estar surgindo alguma luz no fim do túnel...
Pois eu te peço: tenha ao menos um ínfimo de dignidade (sei que pra vc isso é difícil...), e não se aproxime de mim. Fique, se possível, fora do meu campo de visão, pra que eu não tenha o desprazer de ver que vc ainda é bonita... Isso só me faria te odiar ainda mais. Eu volto a fazer o mesmo juramento de antes, e dessa vez... ah... dessa vez eu vou cumprir. Eu nunca, NUNCA, vou confiar em vc. O seu sobrenome é desgraça, vc acabou com a minha vida em três anos nos quais eu comi o pão mais amassado que já houve pelo diabo. De vc eu só quero a paz que vem com a sua ausência.
Com a sua distância, sabe-se lá quem pode surgir na minha vida...

É isso. Bom casamento pra vc, e para mim um futuro premiado com a inexistência de quaisquer resquícios do que um dia vc foi pra mim. Isso, certamente, me faria feliz.



domingo, 4 de dezembro de 2011

ANIVERSÁRIO

Hoje este blog completa um ano. Estou feliz.
De início era um espaço para textos artísticos meus, mas ao longo do tempo, devido a sutilezas diversas, tornou-se um espaço para comentários quaisquer que eu tivesse a fazer.
Tenho recebido visitas em número que me surpreende.
Obrigado, amigo(a).