Pesquisar

terça-feira, 15 de novembro de 2011

É Candido mesmo!

Estive vendo o vídeo da reunião, a título de protesto, de Marilena Chauí, Antonio Candido, e outros, em Junho de 2009 (e com tudo a ver com o que ocorreu este ano), contra a presença da PM na Cidade Universitária. Olha... quanta puerilidade!... Veja-se as palavras do crítico: "estou aqui para manifestar veementemente meu protesto contra a presença da PM no campus, o que contraria o direito que os cidadãos têm de discutir, debater e agir, sem qualquer pressão externa do poder público." Quer dizer que todo mundo pode "agir" sem pressão do poder público?... Ué... Isso não acabaria levando a uma anarquia hobbesiana?...
O por enquanto respeitável crítico (que não abuse...) precisa entender que o Estado de direito é caracterizado essencialmente pela preponderância da lei, frente aos desejos e deliberações de indivíduos ou grupos de indivíduos. Não é porque suas ações são votadas em assembleia, que elas podem ir contra as leis, que são o que de efetivamente democrático nós temos, e valem tanto para empresários, funcionários públicos, donas de casa, quanto para os alunos da USP. A polícia pode, e deve, estar presente em qualquer área pública onde o poder eleito julgue que ela é necessária. E além disso, a maioria dos alunos, que não consegue ir até o final das assembleias porque elas demoram muito (seja isso premeditado, ou resultado de pura chatice mesmo...), essa maioria é a favor da presença da PM na Cidade Universitária.
E aí? O que é, e o que não é, democrático, nessa história?...

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

ERA DOS EXTREMOS, de HOBSBAWM

Acabo de reler este livro, estudando para o vestibular. É mais que impressionante a capacidade de síntese desse historiador, suas sutilezas de interpretação de fatos emaranhados em novelos insolúveis. Um marxista, sim, mas um marxista clarividente, que não se vê obrigado a alardear glórias chinesas só porque o regime chinês é, basicamente, o que resta de "socialismo realmente existente" (Cuba e Coréia do Norte são pouco mais que tiradas de mau gosto)...
Como disse, acabo de reler. Li pela primeira vez o ano passado, e ao que me parece, essa será uma leitura anual...

terça-feira, 1 de novembro de 2011

WUTHERING HEIGHTS

Livrão, grande, enorme livro, LIVRAÇO!
Já tinha lido em português (O morro dos ventos uivantes), e achado razoável, mas no original gostei muito, acho mesmo que se trata de uma obra-prima. Não é romântico, e ao mesmo tempo é ultra-romântico; não é realista, e no entanto nada pode ser mais realista. Dificilmente pode ser chamado de clássico... certamente é moderno, mas de uma força representativa que alcança a equivalência clássica entre linguagem e natureza como talvez nenhum romance tenha conseguido antes...
Heathcliff é uma das maiores personagens de toda a história da literatura: o que ele sente por Catherine Earnshaw?... Amor incomensurável, ou extrema obsessão? (a questão é clichê, mas em Wuthering Heights ela é tão bem construída, ergue-se tão bela aos nossos olhos, que supera qualquer falta de originalidade. Ademais, creio que na época em que o livro surgiu não era ainda um clichê...).
As personagens, de modo geral, são muito bem construídas nesse livro, podendo Ellen Dean ser vista como a portadora da "moral" em seu âmbito. É quase um tipo, assim como Joseph. Mas posto isso, torna-se imperioso reconhecer toda a humanidade de Edgar e Isabella Linton, Hareton Earnshaw, assim como de seus pais. Uma estória triste e "crepuscular", com um final... Leia!